SUFOCADA

Presa entre as quatro paredes,

Contida na dor das perdas ,

O Grito nega a sair,

Em oração , o corpo jogado pede para partir.

Luto, Intenso sentimento,

Frio e distante,

Peito remoendo, a dor de se conter,

Nova e dura estrada a percorrer.

Onde está minha retaguarda?

O céu e suas estrelas, meu consolo, a sorte,

Já não havia mais ninguém,

Sensação de delírio e morte.

Impossível identificar,

O momento de libertação,

Sufocada estava ali,

Deitada , mumificada sem comunhão.

Há quem aguenta o grito calado,

O arranhar da garganta seca,

As lágrimas a escorrer

Como ventre cortado,

Será esse o momento,

O divisor de águas,

Em que se busca nova história e esvazia a alma??

Ou manterá sufocado esse sentimento!!

PS.: Poesia do luto de meus pais

Adna Matos Macedo
Enviado por Adna Matos Macedo em 23/01/2020
Reeditado em 17/07/2020
Código do texto: T6848646
Classificação de conteúdo: seguro