Naqueles dias.

Estou naqueles dias.

Penso no certo, penso no errado.

Minhas mãos estão trêmulas, a voz não quer sair,

transpiro, suspiro e mais uma vez,

como todos os dias, tudo certo,

igualzinho, nada de errado,

tudo certinho, como em todos os dias.

Vagueio, vou e volto e tudo que penso é que será diferente,

nada, igualzinho a todos os dias.

Me arrumo, me preparo para o dia, bebo, como, sumo e tudo

passa, igual a todos os dias e

tudo foi igualzinho, como todos os dias.

Tudo certinho, café com leite, pão com manteiga,

queijo, gracejo e piada na mesa.

Alguém me chama, arrumo, desarrumo,

faço e desfaço a cama e

tudo certinho, como todos os dias.

O cachorro late, pode ser do vizinho, não, é o meu, é fome.

Um ladrão seria, sim, não seria por demais diferente de outros dias.

É meia noite, finda mais um dia, desligo-me, ligo-me nos sonhos,

espero um outro que se inicia.

Tudo como antes, tudo certo, nada de novo, tudo segue, tudo me persegue,

como todos os dias.

Mário De Oliveira RSA
Enviado por Mário De Oliveira RSA em 25/01/2020
Reeditado em 28/01/2020
Código do texto: T6849957
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