SERPENTE RASTEIRA

Ciúme! Oh, ciúme!

De onde tu vens? Por que tu surges?

És como uma serpente rasteira:

Mordes. Envenenas.

Conheces os pontos mais fracos

E os enche de embaraços.

Tu és vil e cruel!

Crias imagens que não existem,

Sons que não se produzem,

Sensações que são inverdades

E medos que bloqueiam coragens!

Ciúme! Oh, ciúme!

Tens asas negras e compridas.

Teus voos são violentos,

Mas pousas em frágeis ninhos

E nele depositas ovos

Do mal-estar e do desalinho.

Ciúme! Oh, ciúme!

Como a inveja, tu és maldoso!

Atacas corações e minas relações.

Tua paz sobrevive do mal

Plantado, instalado.

No sofrimento e na dor

Deixa o amor estragado.

Ciúme! Oh, ciúme!

Tu és cruel,

Feito de maldade e de fel!

Aniquilas as confianças

Sem méritos de bonança.

Cegas e ensurdeces

E ao desamor só aqueces.

Terrível tu és, ciúmes revés!

Oh, sentimento ingrato e insensato!

Sejas como quiseres,

Mas abandonas os que não te querem.

Vais para longe e isola-te, enfim.

Se o teu propósito é fazer desunir,

Saibas que há tantos que vivem sem ti.

Nara Minervino
Enviado por Nara Minervino em 10/02/2020
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