Poema enjoado

Preciso de vinho

tinto e gelado,

para amaciar a lembrança dos teus olhos verdes.

Eu os encarei e foi como se pôr diante de uma furiosa tempestade.

Mas quanta cafonice barata em meia dúzia de versos, não é mesmo?

Logo eu, o barbudo da cara feia, o grosso, o que anda pelas ruas só, coberto de dor e indiferença (e tome mais cafonice).

Meu coração, esse senhor vagabundo, inerte e

lapidado por lascas de pedras, chuvas e ventos

tremeu, correu, quase explodiu,

e tive que virar o rosto, pegar um ar, crer que estava tudo tranquilo.

Mas, quando é que tudo está tranquilo, não é mesmo?

O Bêbado
Enviado por O Bêbado em 14/02/2020
Reeditado em 16/02/2020
Código do texto: T6866055
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.