A CORTE

A CORTE

Sem mais perguntas fica o resto no prato

do rosto que eu descarto.

O farto badala no coração sua fala de desesperança.

Sem mais perguntas a fala incoerente falha no horizonte – a derrota.

Junta-se o celeiro... o mercado.

No bojo do mundo a pergunta que não se responde.

A junta das artimanhas,

o Conde,

as hipocrisias.

Não se responde, não se responde.

O rosto como reflexo no prato

onde se come.

E as perguntas ficam no resto,

na sobra de um homem, no pós-guerra.

Rodeia as Cortes o Conde,

não se responde, não se responde.

Esta derrota, esta pergunta,

a falha em testa,

após a festa o homem,

sua verdade

sem mais perguntas

fecha-se a Corte,

dois pratos estalam

o som de fome e de morte – o resto, o rosto.

FERNANDO MEDEIROS

Campinas, é primavera de 2007.