Não texto

Esse texto não era pra ser lido

Não era para dar voz e vez ao bandido

Devia era ser banido, isolado, esquecido

Mas a voz novamente ecoa

E ouvimos os gemidos e o silêncio

Das almas torturadas

Ouvimos as vozes mandando calar

Coisas que deviam não mais se escutar

Momentos de opressão que não deviam mais ter vez,

nem aqui, nem em qualquer outro lugar

Porém esse é o prato frio do ódio

Servido todos os dias

Com o gosto picante, azedo, rascante

De suas infelizes iguarias:

discriminação, desrespeito, injúrias, perjúrios, misoginia

Que só agrada ao paladar

Daqueles que tem a mesma natureza obtusa

E degustam em gestos, poses e ironias

Essa é a mais cruel realidade dos fatos:

existem pessoas que se deliciam desse tom chucro

Pois representam seus esgotos morais

Revelam sua natureza mesquinha

Dão vazão ao obscuro mundo que os habitam

Natural tal como é a natureza da erva daninha