Desacertos da Beleza

A saia da beleza era feita de perambulamentos.

Podia-se correr mundos naqueles retalhos.

A vermelhidão impregnada em suas mãos era sonho de gente despossuída.

Coisas do colorau.

Caminhos que desaguam no vermelho do pôr do sol.

A Beleza tinha os cabelos coloridos de distâncias,

Esticados pelos ventos dos morros.

Seus olhos pareciam com grãos de areia preta.

Uma menina envelhecida pela necessidade

e pelo suor das borboletas.

Na havia nada que a Beleza não soubesse como sonhar.

Até as estrelas conversavam em seus pensamentos.

O mar se acriançava em suas realidades.

E o dia não sabia ter outra cor que não a de sua farinha avermelhada.

Aquela mulher magicava todas as coisas com suas imperfeições.

Depois de sua passagem até os passarinhos desaprendiam a voar.