Mãos trêmulas no apartamento 130

Posso me encarar de outra forma.

Saber que sumo quando quiser. Suculência de camada

penetra cara a cara no desvelo com

a dormideira. Tô túmida pra evaporar no

cerúleo algures, entrever

as parábolas, devoção

entrementes descasco a face.

Você andaluza não entende.

Saí como de costume pra caminhar, carola,

suei e penso: por que a varejeira da

alma me rotula? Ganas de me embalar

numa venda, mercearia provinciana.

Leves dores. Menstruada.

Tiraram aquela foto eu com a boca cheia,

salgados num corcel nos cerros, os

coruchéus, tá ouvindo espanhola? Palpitam

a aura de frescor assentado no

pirilampo da curva de mim. Na minha idade espuma

um riso de vaidade.

Visto a legging cafona. Meu tênis

esportivo. Passagens bíblicas. O alcantil

ameiga a missiva levada discreta pelos

firmamentos arregalando os olhos vendo

a galé consternada, soerguida.

A cotovia descrida adentra no horizonte

e sua azaléia retumba no lusco-fusco feral.

Dir-se-ia que...

Caminho, caminhada e da última vez você

não estava. Fui poupada de suas mentiras

desnudas ao pastor. Flacidez de tudo, amiga...

Ceramidas force a melhor coisa do episódio inscrito

nessas colunas gastas. Sabonete líquido.

Sou uma estranha com cacos de vidro no pé.

Um arroz grudento.

André SS
Enviado por André SS em 23/02/2020
Código do texto: T6872848
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