Mãos trêmulas no apartamento 130
Posso me encarar de outra forma.
Saber que sumo quando quiser. Suculência de camada
penetra cara a cara no desvelo com
a dormideira. Tô túmida pra evaporar no
cerúleo algures, entrever
as parábolas, devoção
entrementes descasco a face.
Você andaluza não entende.
Saí como de costume pra caminhar, carola,
suei e penso: por que a varejeira da
alma me rotula? Ganas de me embalar
numa venda, mercearia provinciana.
Leves dores. Menstruada.
Tiraram aquela foto eu com a boca cheia,
salgados num corcel nos cerros, os
coruchéus, tá ouvindo espanhola? Palpitam
a aura de frescor assentado no
pirilampo da curva de mim. Na minha idade espuma
um riso de vaidade.
Visto a legging cafona. Meu tênis
esportivo. Passagens bíblicas. O alcantil
ameiga a missiva levada discreta pelos
firmamentos arregalando os olhos vendo
a galé consternada, soerguida.
A cotovia descrida adentra no horizonte
e sua azaléia retumba no lusco-fusco feral.
Dir-se-ia que...
Caminho, caminhada e da última vez você
não estava. Fui poupada de suas mentiras
desnudas ao pastor. Flacidez de tudo, amiga...
Ceramidas force a melhor coisa do episódio inscrito
nessas colunas gastas. Sabonete líquido.
Sou uma estranha com cacos de vidro no pé.
Um arroz grudento.