Para meu filho Renato
Seu olhar diz muito na singeleza e candidez
expressivas na minh'alma.
Meu lúdico lado faz careta, canta, graceja para
uma pequena gargalhada saborear. Ah que chove,
mas como chove sob este calorão.
É um tórrido sentir que me leva pra você:
amor concretizado que não mais longínquo,
sinto-o bebê presente (abraço insuficiente).
Eu, escasso sujeito antes crente não ser nunca pai,
hoje junto livrinhos pra você, me amplio ao leve
toque, colo desvendado por uma criança existente
sempre em mim, em sua mãe, finalmente vida
ancorada, imensidão num grão mergulhado na
natureza e se faz oceano abismado de medo
e ternura. Finalmente mais amor de nós, mais
mistério e beleza que a triste Via Láctea de
minh'alma de adulto.