A Janela

o canto da janela é obtuso, o canto da janela é confuso. Limpo é o céu que vem atrás dela, a janela. O canto dela, tão dissimulado e caótico, tão inconstante este canto de janela, que me faz lembrar, por que venho, o canto da janela, tão intricado, matemática sinuosa, meândricos os ângulos em desenho. Ao ascender o cigarro, o canto fica desorganizado, misturado o emaranhado densoso, aqueles lábios atônitos, morango labiríntico no canto, ambíguos lábios. E eu só penso: Ah, que túrbido e melodramático, o canto da janela.

GiovannaPerroni
Enviado por GiovannaPerroni em 24/02/2020
Reeditado em 23/06/2020
Código do texto: T6873236
Classificação de conteúdo: seguro