Isaura
Em meio ao rio
Se banhado do cio
Aquela nudez incomum entre as palmeiras...
Não era de existir,
Tão pouco de permitir quaisquer olhar mais urbano,
Mas estava ali, sem qualquer problema humano.
Uma candura doce e inocente,
Um olhar simples e envolvente
Que se fazia em pura luz de um fim do dia.
Os seios médios, agudos, mosqueados pendiam afogados na onda,
Que apagava da areia as feridas feitas pelos pés...
Os cabelos negros como açoites valsavam ao vento
Como o acorde do corpo no relento...
Em verbo a boca admirada dizia compasada...
Que obra!...
Que formosura!...
Verso avesso de mulher...
Índia toda nua...
Uma maldade da hora,
Uma cobiça dos deuses,
Uma loucura!...
Ah! se fosse minha senhora?!