O GATO

Andando pela estrada

Deparei-me com um gato

Era enorme, belo, charmoso

Gato igual ainda não encontrara

Seus olhos brilhavam

Me fitavam, me impressionavam

Era a coisa mais linda

Como duas pedras de água marinha

Pedia carinho, qieria aconchego

E ao mesmo tempo tinha medo

Aos poucos, tomou confiança

Chegando até as minhas pernas roçar

Todo encontro fazia-lhe carinho

Ele... continuava a caminhar

Talvez um outro dono

E para casa não queria levar

Assim o gato agia

Com outras que estavam a passar

Porém deixava as outras

E vinha comigo ficar

Quando não aparecia

Faltava algo no ar

Pois estávamos acostumados

A nos ver e tocar

Esse costume

De querer sem poder ter

Se tornou uma paixão

Aí o gato escapou da minha mão

Outros afagos não eram profundos

Mesmo assim tornamo-nos distantes, dispersos

Lentamente, sem percebermos. nos perdemos

Nesses encontros e desencontros

Hoje, procuramos algo a mais

Talvez, até um outro olhar

O gato permanece a procura

De outras pernas a roçar

Por mais que tenhamos

Outro afago e olhar

Jamais haverá sensação igual

Ao olhar do gato

Às minhas pernas a roçar.