AINDA ESPERO...

AINDA ESPERO...

Ainda espero pelo dia

Em que regressaras,

Pois era tu a minha inspiração,

Mas o breu da noite me diz

Que não mais retornaras.

Além de ilusória a melodia,

É fraca, covarde e dissimulada,

Que nem alimenta a poesia,

Por mais que seja ela articulada.

Quando penso que os teus braços

Fora o meu aconchegante ninho,

E hoje, tão longe dos teus abraços

Sobra solidão e o choro baixinho.

De quem para sempre perdeu

Quem alimentava a alma e dela,

Frutificava versos e para ti, oh! Meu Romeu,

É que os elaborava através de uma janela,

E perdia-se pelos mais infindos

Horizontes. Porém, retornavam

Em grande estilo e era assim que

A mistura, em versos se transformava.

Nem todo o ouro deste mundo

Fará de ti me esquecer,

Tampouco o lixo imundo

Estará comigo ao amanhecer.

Mada Cosenza