Rascunho sobre nosso nós
Não tivemos início,
tampouco um fim.
Nada fora combinado ou esperado,
simplesmente deixamo-nos a permitir.
Talvez estejamos a viver o meio.
Não somos nada a ser rotulado ou descrito.
Somos nós e nossos.
Do nosso jeito próprio,
guardados num relicário de segredos,
estes, tão nossos e só nossos a pertencer.
Somos saudade.
Somos o toque.
Somos a vontade de estar juntos num fim de semana e cantarmos-nos um dueto por entre vinhos a apreciar.
Somos a vontade de ir naquele show em companhia um do outro,
apenas porque simplesmente temos uma
trilha sonora, tudo tão nosso.
Eu sou o seu toque de carícias por suas mãos de veludo, preenchidas de sutileza e ternura, ao
acariciar minha face durante um beijo.
Você é meu desejo de amor que jamais haverei de ter.
Somos a troca de energias por entre nossas almas e entrelaços de abraços.
Somos o impossível, relutantes de nossas vontades e desejos um do outro a nos termos.
Somos o beijo quente com música de fundo, por onde cada movimento de nossos lábios a percorrer, acompanhamos os acordes e timbres da melodia que está a tocar no rádio.
Somos quem podemos ser no momento nosso de sermos-nos.
Eu, intensa e profana.
Você, cavalheiro à moda antiga, acompanhado de interrogações.
E desse não sermos,
Desse não sabermos,
Desse não termos,
quero-nos do e ao nosso jeito.
Não sei se me gostas assim, como te gosto e sinto.
E, tão hoje por entre essa noite chuvosa, diante tantas ausências tuas,
queria apenas dizer eu, que te gosto tanto, sabe?
Marinara Sena
20/02/2020
23h