DE REPENTE... UM VÍRUS

De repente, um temor profundo

Do outro lado do mundo

Lá pras beiradas da China

Onde a Terra Plana termina

Surgiu doença que a Medicina

Não sabe ainda exterminar

De repente, a gripe se espalha

Morrem milhares na Itália

O Papa espirrou na Janela

A Capela Sistina decidiram fechar

Morreu gente na Espanha,

Na Alemanha, em todo canto e lugar

De repente, voava no ar o perigo

Proibiram o aperto de mão

Nada de abraço no amigo

Crentes desprezando a Salvação

Ignoravam o caminho do Céu

Estapeavam-se por um pouco de Gel

De repente, morria pobre e bem parido

Qualquer plano perdia o sentido

Não se sabia se o dia nasceria amanhã

Proibiram o futebol, o banho de sol

Nada de compras ou ir ao cinema

O lema era combater aquela febre terçã

De repente, não se podia ir até a esquina

Imortais morrendo de medo

Será assim quando a vida termina?

Pecadores contando segredo

Nunca revelado em confissão

Faltou padre pra última unção

De repente, veio-me o receio

Todo poeta decerto o tem

Quando o final enfim chegar

Espere um minutinho além

Pra derradeira poesia terminar

Não ficar o verso no meio

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 20/03/2020
Reeditado em 20/03/2020
Código do texto: T6892693
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