ROTINA (INSÔNIA)

Meia-noite é passada

Último remédio

Amanhecer ainda distante

Insônia firme e constante

Espia a fresta da janela

Hoje não tem luar

Tique-taque, tique-taque, tique-taque,

Rotineiro

Cuco...

Uma hora...

Olhar o teto

Contar carneiro

Madrugada segue adiante

Amanhecer ainda distante

Cão a uivar

Espia a fresta da janela

Hoje não tem luar

Tique-taque, tique-taque, tique-taque,

Rotineiro

Cuco... Cuco...

Duas horas...

Olhar parado

Amanhecer nem tão distante

Espia a fresta da janela

Hoje não tem luar

Sabiá acordado

Canta perene e constante

Tique-taque, tique-taque, tique-taque,

Rotineiro

Cuco... Cuco... Cuco...

Três horas...

Olhar distante

Madrugada é um instante

Não deu certo o calmante

Espia a fresta da janela

Não tem mesmo luar

Espera que o galo cante

Tique-taque, tique-taque, tique-taque,

Rotineiro

Cuco... Cuco... Cuco... Cuco

Quatro horas...

Corpo cansado

Outra noite acordado

De onde vem esse barulho

Espia a fresta a janela

É a caçamba de entulho

Primeiro ônibus passou

Tique-taque, tique-taque, tique-taque,

Perua do jornaleiro

Rotineiro

Cuco... Cuco... Cuco...

Cuco... Cuco...

Madrugada que termina

Cinco horas da matina

Olhos abertos

Toda noite essa rotina

Latem os cães da vizinhança

Ainda está escuro

Escancara a janela

Gato desfila no muro

Tique-taque, tique-taque, tique-taque,

Levanta a porta o padeiro

Rotineiro

Cuco... Cuco... Cuco...

Cuco... Cuco... Cuco...

Sol já se arrisca

Seis horas

Cidade despertou

Precisa se levantar

Espreguiça

Primeiro remédio

Rotineiro

Tique-taque, tique-taque, tique-taque,

Tique-taque, tique-taque, tique-taque,

Tique-taque, tique-taque, tique-taque,

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 22/03/2020
Reeditado em 22/03/2020
Código do texto: T6893805
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