Pandemia

O abrigo que meu corpo pedia

Não possuía nenhuma metáfora

Era apenas um abrigo, simples

Lar das minhas/nossas ilações,

Porta de entrada para o apogeu

Ou não, se era apenas o abrigo.

Abrigos servem para abrigar

Isto é certo, se nada mudou

Não, como fazíamos, brigar!

Saíamos de nós muitas vezes.

Nesse quesito o abrigo, casa

Servia apenas para nos salvar.

Salvava-nos ele de nós mesmos

Às vezes, da síndrome do tempo

E delas, as intempestivas brigas.

Agora... Esqueçamos tudo isto!

Não saia de casa, é a pandemia.

Lave bem as mãos. O vírus mata!

Referência:

MALLMITH, Décio de Moura. Pandemia (Poesia). In Zero Hora, coluna Almanaque Gaúcho, ISBN: N/C. Porto Alegre/RS, nº 19.668, Ano 56, p. 36, 26/03/2020.