Poesia do Diabo

O velho homem passa fome

Na favela do temor

Seus três filhos choram por leite,

Sua mulher dorme em tremor

A noite é escura, fechada em meio ao céu

Não existe solução;

A insônia, ardente e fria

Arrasa e cresce a solidão

Esperança é o que se pede,

No olhar negro do chão,

As promessas sempre vindas,

São mentiras de eleição

A poesia do diabo é escrita no senado,

Sociedade nasce cega, para ouvir o charlatão

Tudo belo, sempre lindo,

Na ética da corrupção

Os dias passam, a noite chega

Não se tem o que fazer,

Os diabos ditam as regras

Mas no inferno eles não estão

Pobre homem, velho homem

Não te posso dar a mão,

Quero o prato, justo em mesa

Pra de fome morrer não