AQUELA NOSTALGIA

Quando que de um machado se fez barco,

Que para rio abaixo encontra correntezas.

De cima a mira de uma arco,

Seria eterna a vista de certezas.

Quando de um milho se fez pirão,

A qualidade na mesa fez-se uma só.

Da fome intensa se faz um ladrão,

Na caçada plena pendura um cipó.

Quando se corre entre a vasta mata,

Amassando folhas mortas pelo chão.

No rosto a imagem do que já foi mais grata,

Por dentro aumenta o tum tum do coração.

Quando no banhar de um aquático,

Sentimos a necessidade de ele ser.

No ar, beija flor quase estático,

Abro os braços na alegria de o ver.

Em outrora o verde era maioria,

Nada apaga a visão de minha mente.

Tudo passa, o que fica é a nostalgia,

Pra que a história viva plenamente.