Linguagem corporal

Te vejo tentando ler o meu corpo

E me indago o quão profundo tem ido

E que habilidade é essa que você possui

Que me quebra inteira e ainda assim me instiga

Percebo que observou o meu olhar, que não se sustenta

Que desvia, procurando segurança

E talvez julgue ser ausência de sinceridade

Queria dizer que é só vulnerabilidade

Espero que saiba ler silêncios

Que não se restrinja ao olhar

Eu sou prolixa, mas

gostaria que se ativesse ao que não ouso falar

Tem se mostrado um exímio observador

Suponho que já tenha lido como reajo ao seu toque

E como nossos corações se alinham em ritmo e frequência

Quando você me abraça

Gostaria que pudesse ler sorrisos

Os que você dá e que só eu vejo

Te emprestaria minhas lentes

Para que pudesse se ver como eu te vejo

Meu olhar não é alfabetizado

Quase sempre estou aprendendo

A olhar devagar, sem pressa

A depender do que está diante dele, fico desconcertada

Dou manota. Ele sempre me entrega.

Mariany Mendes
Enviado por Mariany Mendes em 06/04/2020
Reeditado em 06/04/2020
Código do texto: T6908332
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