E se

E se eu fosse capaz

De amar o que deve ser amado

De buscar o que deve ser buscado

De querer o que deve ser desejado

E se eu tivesse

Um pouco mais de valor

Um pouco mais de amor

Um pouco mais de primor

E se eu visse

As coisas como são

Sem os filtros de um enganoso coração

Alimentado por olhos desprovidos de razão

E se eu soubesse

Que sabia tão pouco

Que o discurso era rouco

Que eu não passava de um louco

Não teria dado tantas voltas

Nestas terras mortas

Não faria um celeiro

Para guardar esterco

Teria buscado desde o início

O que importa, e não o vício

Não viveria para o meu ventre

Mas para aquela eterna semente

R R Vieira
Enviado por R R Vieira em 08/04/2020
Código do texto: T6910879
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