ANTIDIÁRIOS DE ABRIL XVII
Há bem ali no rumor da manhã nova um bálsamo
que reina nas notas cítricas que vêm e que passam
entre as frestas ainda fechadas desta ex-madrugada
e do que dela se torna tão breve, urgente e imediato.
Tudo se aloja na cor abóbora que tinge as pálpebras
quase avermelhadas deste céu que morre e que nasce
no mesmo intervalo do agora onde a aurora já é tarde.
Ouço nos vãos cinzas da tempestade uma voz ansiosa
e plena no meio do meio-dia que não divide mais nada,
pois que as horas fugiram da senzala do que seja óbvio
ao tempo lógico. O vírus quebrou o vidro do seu relógio