RELATÓRIO DE CONFISSÃO

seu amor foi o cordão encantado de estrelas

a saudade é o corpo que viveu para sorve-las

mirante em frente ao mar na névoa, ar e poeira

língua de palavras frágeis, sumida alma inteira

ausência! caderno escrito nas cartas de navio

juras castas entre lágrimas na canção de estio

onde há dor eu moro sozinha, tatuada e impura

sou a corrente no portão, ferrugem, crosta escura

me mantenho amando o infinito que não é no céu

calendário que estanca na rua sem saída do papel

rosno ao pensar na dor ao menos enquanto tento

a forma marginal de roubar dos poetas o lamento.

betina moraes
Enviado por betina moraes em 13/10/2007
Código do texto: T692682
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