A poesia é uma selva e eu sou um filhote abandonado
O contato entre o homem e sua poesia devia se dar de forma menos selvagem.
Todas as vezes em que me arrisco a tecer alguns versos
Saio sempre meio esfolada,
Pisada,
Arranhada.
E consumida.
No meio dessa selvageria me agarro fracamente nas molas de uma transcendência que já cansou de se espichar.
E me entrevo no âmago de um mar ora absurdo de agitado
Ora sonolento de tão calmo.
Entre a absurdez e o sono sempre me descubro num barco furado.