ANTIDIÁRIOS DE ABRIL XXVII

No rascunho embaçado dos primeiros signos.

Na tela manchada do telefone feito uma pena

desta cápsula invisível nas decisões do destino

entre a noite corona e o verso que me algema.

Moro na pá do universo e de todo o seu íntimo

dos tragos sob o alcatrão de estrelas ametistas.

Sobre o decibel agudo de um poema desconexo,

o gameta. A colisão. A origem. A cria sem sexo.

O útero do cérebro — e a alta tensão do infinito.

Nadas e inícios neste elétron que passa. E o link

na carruagem da partícula — o bóson de Higgs.