Tenham dó
O ensurdecedor silêncio da rua
Assusta a solitária e triste lua
Retrato doloroso da realidade nua.
Abril chegou e partiu
Ninguém percebeu ou viu
Para onde foi o tempo que sumiu ?
Só descobri que hoje é 1º de maio
Vendo a data da tela do meu Vaio
Ainda há vida lá fora ? Não sei, daqui não saio.
Começo a questionar minha frágil sanidade
Perco qualquer parâmetro razoável de realidade
Já não faz diferença estar provido de liberdade.
Futuro, presente e passado se misturam numa coisa só
Embolados e indistintos num indissolúvel nó
Ainda querem me cobrar coerência ? Por favor, tenham dó !