Minha Pasárgada

Ando em dívida com a poesia.

Audácia talvez me falte, ou é a vida...

Para o débito, ofereço esta rima;

ao menos com Apolo isso é divisa.

Se em tudo fosse assim, que bom seria!

Que um pão de sal custasse um terceto,

Que um jantar se pagasse com um soneto

E um carro, em prestações de elegias!

Quem muita epopeia acumulasse

Em romances seria tributado.

E àqueles que coubesse o repasse

Seguiriam poemas compilados.

As leis, o dicionário é quem faz;

garantem-nas poetas e suas musas.

Eis minha Pasárgada. Não sei se audaz,

talvez ingênua... Jamais injusta!

Cirilo
Enviado por Cirilo em 02/05/2020
Reeditado em 02/05/2020
Código do texto: T6934836
Classificação de conteúdo: seguro