RELATÓRIO DE FEBRE
a dormente língua revira-se por uma palavra,
a roupa dá incômodo ao invés de dar abrigo,
ungüentos desonram a medicina conhecida,
os cabelos pesam tirando o repouso da cabeça...
não há dores, não há infecções, só a doença,
febre misteriosa que se tem na razão amorosa,
mística reação a ausência do beijo redentor...
um fio de saúde vislumbra o nome de alguém
(alguém que não tem, não está e não vem).
rezas conhecidas, as medidas de emergência,
tudo inútil diante da desobediência nas células...
no vício de único remédio, fórmula milagrosa,
nada supera a carícia dele, única grande cura!