RELATÓRIO DE FEBRE

a dormente língua revira-se por uma palavra,

a roupa dá incômodo ao invés de dar abrigo,

ungüentos desonram a medicina conhecida,

os cabelos pesam tirando o repouso da cabeça...

não há dores, não há infecções, só a doença,

febre misteriosa que se tem na razão amorosa,

mística reação a ausência do beijo redentor...

um fio de saúde vislumbra o nome de alguém

(alguém que não tem, não está e não vem).

rezas conhecidas, as medidas de emergência,

tudo inútil diante da desobediência nas células...

no vício de único remédio, fórmula milagrosa,

nada supera a carícia dele, única grande cura!

betina moraes
Enviado por betina moraes em 14/10/2007
Código do texto: T693742
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