ESQUERDO

A apoteose da floresta sobreviverá,

engolindo a cidade que a peste levará.

A poesia refletida no rio sem fundo,

terá nome de lua, quando o mundo acabar.

Crianças serão ossos adormecidos,

sob raízes onde pousam os carcarás.

Deixa eu cantar o fim da música,

a pausa entre o partir e ficar.

Serão gênios feitos de cinzas,

que finalmente irão se calar,

sob escombros da vaidade que brilha,

mas não brilha mais que o silêncio.

O que resta de esperança, virou voo,

porque a morte é certa, o ocaso chegará.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 05/05/2020
Código do texto: T6937745
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