DIA DAS MÃES
 
Estava com um ano e meio de idade,
De parto minha mãe morreu, e juro!
Eu não tinha noção da gravidade,
Também morreu na hora o nascituro.
 
No colo minha tia me acalmou
Por causa de tamanha gritaria,
O médico que lá estava assim falou:
Não tinha jeito, ela morreria.
 
Ficamos três irmãos na orfandade,
Nossa tia cuidava dos sobrinhos,
A morte foi uma calamidade,
Para agradar, havia uns brinquedinhos.
 
Há dois anos meu pai viúvo estava,
E ele casou com nossa tia amiga,
A ventania forte assobiava,
Mais parecia uma bela cantiga.
 
E três filhos nasceram bem depois,
Meia dúzia então nós completamos,
Era uma turminha boa, ora pois!
Vivíamos rindo e pouco brigamos.
 
Assim formamos a palavra AMORES:
Alceu, Márcio, Orpheu, Renan, Élzio e Silas,
De nossos pais nos tornamos sucessores,      Três morreram; os outros estão na fila...


 
Dedico este poema à minha querida mãe, Ana que faleceu tão jovem! ― e também à minha tia Haidée, minha segunda mãe; dedico-o, ainda, a todas às mães do nosso querido Brasil.
 
Orpheu Leal
Enviado por Orpheu Leal em 10/05/2020
Reeditado em 10/05/2020
Código do texto: T6942902
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