Era qualquer coisa por dentro

era qualquer coisa
um deitar de outro jeito
um alvoroçar
uma grama verdinha
um amolecer da palavra
esvaziava o sossego
lia a minha brisa
rezava uma oração baixinho
deixando desaforos pela pele
em suas mãos, eu o terço
fazia dos pés adubo da terra
mandava em tudo de uma maneira
que não sei quem obedecia
me arrastava de um lado pro outro
tão suavemente
quando olhava me moía os ossos
me fazia fumaça desenhada no ar
era um aviso por dentro
um incômodo de tão bom
um livro que me lia
fica na cabeceira
ao lado da cama
Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 13/05/2020
Código do texto: T6946394
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