ENCOSTA

Como um cego aprendi a ler o seu corpo com os dedos

Fui morar com intensidade em suas encostas

Colina dos desfiladeiros ardentes dos teus seios

Agasalhando em seu quarto de persianas.

Deixa flutuar as nossas mãos devagarinho

Ouvir os barulhos oceânicos do seu corpo

Abrindo, encaixado, fulgurando de carinho

Na solidão do sonho tecido em seu dorso.

Buscando suas vertiginosas montanhas

O teu peito para rezar docemente

De concha para perdurar dormente.

De Fernando Henrique Santos Sanches - O Poeta das Almas - Fernando Febá

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 13/05/2020
Reeditado em 18/06/2020
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