Melancolia LXXXVIII

Sei que escreve para mim quando teu coração aperta

Sou um pavão sem pena

Um beija-flor que pede socorro

implora por amor.

Deixo-a gritar e te tornas fraca

Tua criança é frágil

Teu coração,

uma ave selvagem.

Arranho as paredes

afim de apagar as dores manchadas.

Sangro para te salvar de mim,

adoeço minhas raízes

para não matar teu jardim.

Te calo na madrugada

Grita meu nome no silêncio do quarto

Teu pranto não mais me machuca.

Vivo na ira

Te amei em outras bocas.

Não esqueceu meus versos

Revido a dor que me causa

Digo que não te amo

para que sinta a minha perda

e o vazio da alma.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 18/05/2020
Código do texto: T6950624
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