FIGURA

paralisada

e inútil,

encaro o amarelo do ato.

Todos se escondem,

Todos sussuram,

Todos se despem,

Enquanto o rei se cobre de joia.

A coroa fulge nos bares, na rua,

E, dentro da casa só sua,

boia.

Meus lábios vermelhos se escondem,

Meu sorrir tão discreto se apaga.

No ar sozinho e tão puro,

Cresce e abraça a ameaça.

Sem decreto, com sucesso,

O dia se abre,

Há de escolher

Entre o viver ou morrer.

No fim do túnel não se vê luz,

Eu a quero e espero,

Por que se esconde entre trevas

Se aqui não as pus?

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 18/05/2020
Reeditado em 20/05/2020
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