NAVIO DA INFÂNCIA

Prestes a desenhar um navio
pus-me a observar o oceano
por dois dias, chuvosos, seguidos.

Molhei minha imaginação
e retornei ao meu lar --- meu canto.

Nas mãos a tinta branca
que não servia para nada
o marrom era mais propício.

E de forma desastrada --- e mansa
dei vida a minha embarcação.

Retoquei a imaginação
bordando sem saber --- com preto
pedaços, pigmentos --- nos dedos
recriaram a minha infância.

Um navio envolto a lama
cercado de múltiplas piranhas.


- Francielly Fernandes
- 21/05/2020
Francielly Fernandes
Enviado por Francielly Fernandes em 21/05/2020
Reeditado em 17/06/2020
Código do texto: T6954331
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