Oásis

Oásis

Crestam-se alvuras na ribeira do chão!

Olvidam o parnaso ritmo, no mesmo assombro.

Alfazemas fazem juras aos ventos que vão

Na tardinha das torres onde arrulham os pombos

Na candura letargica dos mistérios

Onde decanto esse canto, em silêncio suplicante.

Que contamina a rua dos nossos impérios.

Num dizer de um tempo de poesias cantantes.

Na brisa e na poeira que toldara

O populoso solitário encerrado em todo mundo.

Entre violetas do céu, cores tão raras.

Num poema deserto, vê-se o oásis fecundo.

Francisco Cavalcante