ESMOLA À ALVORADA

ESMOLA À ALVORADA

Esmola à alvorada,

o caminho é íngreme,

a luta constante

e o salto ornamental:

lá se foi o vento oriental.

Ficaram pedras de areia

na confluência do nada.

Esmola à alvorada

é só o que se pode dar

diante de tanto desamor.

Viola ao redentor.

Buscar um pingo de lágrima,

quando se aumenta a dor.

Esmola à alvorada,

caminho passo a passo

num mundo em ebulição.

A revolução das cores

dos meus olhos

defronta-se com sinistros sonhos

que revelam perdição.

Larga é a porta da perdição.

Esmola à alvorada

para num lapso de espreita

encontrar de novo a porta estreita.

Esmola à alvorada,

meu corpo tornou-se...

FERNANDO MEDEIROS

Campinas, é primavera de 2007.