Philia
Amizade verdadeira é esquecer o aniversário, mas lembrar de quando a vida do outro era diferente.
É ter velhos tempos para compartilhar com os sobrinhos do coração.
Entender piadas internas e usá-las com frequência.
Se alegrar, mais de uma vez, com as alegrias do outro.
Calar sem estampar vergonha.
É dominar a arte do choro do outro, mais do que a do riso.
Se doar sem duvidar quando isso dói sem dúvida.
Um funeral numa festa, ou o contrário.
Viver com um espaço, desgrudado e ligado na alma.
É chorar com o outro, mesmo sorrindo.
Brigar, saber resolver e colocar ponto final, virar a página mesmo quando uma gruda na outra.
Dizer na frequência do outro.
Sorrir com o outro, mesmo chorando.
É ter do que rir mesmo depois de muito tempo.
Se sacrificar, sem oferendas nem fogo.
Saber que o rosto da pessoa mudou e lembrar que você estava lá antes do rosto ser mudado.
É amar, um amor não erótico, ainda que ele também o seja.
Afinal, todo amor desses-Eros-, precisa vir desse tipo de amor amigo-Philia-.