ENQUANTO O SOL BRILHAR.

Quando o dia nasceu,

Fazia tempos que

eu era noite,

antevi laços de fita,

em negros cachos,

borboletas coloriam

quadros,

o nada, se garimpar,

dá poesias,

pode até virar livros,

o que quero dizer é que,

o desejo faz milagres,

renasce girassóis

nos campos minados,

enquanto chora,

a pátria será sugada,

Toda revolução precisa

do primeiro passo.

uma aranha tece teia,

divago a liberdade,

três carneiros se testam,

com infindas amarradas,

enquanto

a manada assiste calada.

eu quero chão,

para plantar margaridas,

quero vozes

para acordar a sonolência,

e remédio para curar

saudades,

estou disposto a deixar de ser,

as mãos que acalmam,

isso não me faz noite

sem lua,

me faz puxar o fio do novelo

que se tornará colcha,

o vento precisa soprar para

todos os lados,

as cascas do pão merece

manteiga,

mas isso é um voo do poeta,

enquanto divago,

nossas vidas são planejadas,

assim como nossas dores e feridas

são alargadas,

Urutal canta sozinho

e não encanta a mata,

o bico do pássaro não tem graça,

o pio sim.

Um troglodita encanta mandadas,

eu pontuo linhas,

na espera que um dia sejam

interpretadas.

Enquanto o sol brilhar

há esperança...

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 13/06/2020
Reeditado em 21/06/2020
Código do texto: T6976618
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.