ENQUANTO O SOL BRILHAR.
Quando o dia nasceu,
Fazia tempos que
eu era noite,
antevi laços de fita,
em negros cachos,
borboletas coloriam
quadros,
o nada, se garimpar,
dá poesias,
pode até virar livros,
o que quero dizer é que,
o desejo faz milagres,
renasce girassóis
nos campos minados,
enquanto chora,
a pátria será sugada,
Toda revolução precisa
do primeiro passo.
uma aranha tece teia,
divago a liberdade,
três carneiros se testam,
com infindas amarradas,
enquanto
a manada assiste calada.
eu quero chão,
para plantar margaridas,
quero vozes
para acordar a sonolência,
e remédio para curar
saudades,
estou disposto a deixar de ser,
as mãos que acalmam,
isso não me faz noite
sem lua,
me faz puxar o fio do novelo
que se tornará colcha,
o vento precisa soprar para
todos os lados,
as cascas do pão merece
manteiga,
mas isso é um voo do poeta,
enquanto divago,
nossas vidas são planejadas,
assim como nossas dores e feridas
são alargadas,
Urutal canta sozinho
e não encanta a mata,
o bico do pássaro não tem graça,
o pio sim.
Um troglodita encanta mandadas,
eu pontuo linhas,
na espera que um dia sejam
interpretadas.
Enquanto o sol brilhar
há esperança...