Dissertação de um bilhete

DOIS LADOS DE UM MESMO LADO E/OU 4 MÃOS e 2 CO[R]POS!

A TESE (no aumentativo?)

Tem cheiro de vinho.

Cor de um vestido azul.

É escrito por Djavan.

É embalado por trocadilhos prosodicos.

É composto por mesóclise:

Falar-te-ei a teu respeito num breve compasso de tempo que me houver e desejarei-te no mais ínfimo de algumas de nossas confidências.

ANTÍTESE :

Tem cheiro de terra molhada e sutileza de fruta orvalhada.

A cor é de um céu de domingo, sem pressa e sem nuvens.

Com aquele som no ar, da brisa ou do mar, assim, bem soletrado: DE-JA-VA-NE-ANDO (parafraseando Caetano).

Tudo lindo, meio louco, para inaugurar, a dois, o neografismo, quiçá um neologismo, tipo: “Bebe-se hoje e nos transbordar-nos-emos em orgasmos caudalosos? É claro-se!”

A SÍNTESE :

Ah, só uma última indagação! Pois não! E depois? Ah, isso é um mistério, aquele segredo confessado com os meus lábios em vossa língua, como “costumamos dialogarmo-nos”, sem palavras, sem roupas, só nós, nus.

Dezembro/2019

Marinara Sena
Enviado por Marinara Sena em 14/06/2020
Código do texto: T6977452
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