Dissertação de um bilhete
DOIS LADOS DE UM MESMO LADO E/OU 4 MÃOS e 2 CO[R]POS!
A TESE (no aumentativo?)
Tem cheiro de vinho.
Cor de um vestido azul.
É escrito por Djavan.
É embalado por trocadilhos prosodicos.
É composto por mesóclise:
Falar-te-ei a teu respeito num breve compasso de tempo que me houver e desejarei-te no mais ínfimo de algumas de nossas confidências.
ANTÍTESE :
Tem cheiro de terra molhada e sutileza de fruta orvalhada.
A cor é de um céu de domingo, sem pressa e sem nuvens.
Com aquele som no ar, da brisa ou do mar, assim, bem soletrado: DE-JA-VA-NE-ANDO (parafraseando Caetano).
Tudo lindo, meio louco, para inaugurar, a dois, o neografismo, quiçá um neologismo, tipo: “Bebe-se hoje e nos transbordar-nos-emos em orgasmos caudalosos? É claro-se!”
A SÍNTESE :
Ah, só uma última indagação! Pois não! E depois? Ah, isso é um mistério, aquele segredo confessado com os meus lábios em vossa língua, como “costumamos dialogarmo-nos”, sem palavras, sem roupas, só nós, nus.
Dezembro/2019