Saudade docê

Saudade doce é quando se sabe que verá em breve

E a distância real não dura o tempo de 1 cigarro e meio

É notar o cheiro na memória, sem pressa, sem anseio

É desenhar no corpo o sentir de uma essência leve

Saudade doce é quando instigamos os nossos sentidos

Degustando pele pela lembrança das papilas e pálpebra

E achamos em cada poro, um pólo, um porto, uma vértebra

Reconstruindo e redesenhando as asas dos anjos caídos

Saudade doce é emanar pensamentos que se tornam energia

Que toca com o braile da alma cada riso, matando a razão

É a leveza voando e tudo que não sorri, quebrar ao cair no chão

Varrendo versos que reviram cabelo solto envolto em ventania

Saudade doce é sorrir pra dentro dos olhos que já miram mel

Que encobre o corpo e a mente, mesmo quando se está perto

É evocar por rituais de músicas e palavras de destino incerto

Escrevendo estórias que pairam nas linhas da terra ou do céu.

Marina Mara
Enviado por Marina Mara em 17/10/2007
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