Saudade docê
Saudade doce é quando se sabe que verá em breve
E a distância real não dura o tempo de 1 cigarro e meio
É notar o cheiro na memória, sem pressa, sem anseio
É desenhar no corpo o sentir de uma essência leve
Saudade doce é quando instigamos os nossos sentidos
Degustando pele pela lembrança das papilas e pálpebra
E achamos em cada poro, um pólo, um porto, uma vértebra
Reconstruindo e redesenhando as asas dos anjos caídos
Saudade doce é emanar pensamentos que se tornam energia
Que toca com o braile da alma cada riso, matando a razão
É a leveza voando e tudo que não sorri, quebrar ao cair no chão
Varrendo versos que reviram cabelo solto envolto em ventania
Saudade doce é sorrir pra dentro dos olhos que já miram mel
Que encobre o corpo e a mente, mesmo quando se está perto
É evocar por rituais de músicas e palavras de destino incerto
Escrevendo estórias que pairam nas linhas da terra ou do céu.