E daí?
Angélica T. Almstadter
E daí que te assombro com meus versos?
E daí que dou a cara a tapa?
No meu universo não cabe desamor,
Tudo que não alcança o pretendido;
Chuto pois não me faz sentido.
As minhas muitas cotas de amor
Nenhuma cara feia solapa.
Enjoei desses gestos perversos
Dessa mente doentia
Quer saber se me incomodo?
Pois que te retorças em cólicas,
Não vou matar a minha poesia
Que aprendas a ser mais gente
Eu só sei viver desse modo,
E não me gostas eufórica, melódica
Pretendes que eu seja só sobrevivente
Do braço duro da tua censura;
Uma cria sem voz
Das tuas neuras e crendices,
Assim te arvoras em meu algoz,
Na maior cara dura
E um disparate de tolices.