Á espreita

Eu sou o guará azul escuro

focinho rubro faro cinzento

na noite alta doido procuro

matar a fome do sentimento

Embrenho matas, vago sedento

bebo da chuva desilusões

tenho nos olhos dois lampiões

que miram a dor e sofrimento

Não sou dócio nem compassivo

tenho nas garras podres motivos

para tragar quem anda amando

E se acaso fujam os amantes

não te perturbes não te espantes

sou eu que ando perto uivando.

Ebenézer Lopes
Enviado por Ebenézer Lopes em 16/06/2020
Código do texto: T6979090
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