Bom dia
As vezes dói e ninguém sabe
As vezes sangra e ninguém quer ver
Quem vê sorriso, pode ver só metade
Não vê cicatriz, pensamentos e sofrer
De repente vê um surto, um grito
E a gente vê um olhar julgador
As vezes dói e a gente finge
Anda sapateando alegre em cima da dor
As vezes sonha e acorda na euforia
As vezes nem dorme tão bem assim
Quem me vê dando bom dia
Não sabe o que há dentro de mim
As vezes são vezes de tentativas
De soluços presos na guela da gente
As vezes é só um momento, uma fase
Que corrói devagar nossa mente
As vezes vem um abraço, um olhar
Que salva a gente da gente
E as vezes tentamos não demonstrar
Não deixar nada assim tão aparente
Longe de tudo, longe do próprio eu
A gente se entende, se tenta, se sente
E corre sem rumo, sem prumo, tão livre
De velhas manias, das velhas correntes.