MULHER SOLITÁRIA.

Pulsa os lábios

em toda extensão do corpo,

cada parte que dói,

é chicote na carne da alma,

a noite

é senhora densa ,não passa.

O amor vem quando quer,

tudo pulsa,

não importa a distância,

ela espera sedenta,

como a terra olhando

o céu querendo uma gota.

então pensa,

quando entrar pela porta,

vou desrespeitar seu corpo,

minhas mãos impudica

passeará em ti,

cada parte ,língua e dedos,

me conduzirá as mais belas

corolas,

amor é flor em primavera.

Vou te invadindo,invadindo,

como esse silêncio inocente

que me queima,

vou te descobrindo,

como os olhos de quem

procura na simplicidade

desvendar o infinito.

No olhar, nas mãos trêmulas,

nos lábios abraçados,

decretarei nossa via,

tudo tão engraçado,

idas e vindas,leves e intensas,

os ecos saindo pelas frestas

do existir,

enquanto o poeta desenha

a mulher solitária,

a poesia vem como moça incauta,

querendo imaginar o desatino

de alguém.

Perdoe o poeta por tão ousado

pensamento...

ele , a poesia, a dor da mulher

se misturam,

como a massa do bolo,

num único objetivo,

saciar a fome,

a mulher imagino,

teus beijos são ventos leves,

teus lábios oceanos ,

tuas mãos remos em águas

claras,

o poeta vai esculpindo a solidão,

lá fora já é dia,

tudo começa a se mover,

a mulher ,o poeta,

estão inertes,

a poesia voa como

uma ave a procura do ninho.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 28/06/2020
Código do texto: T6990088
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