MULHER SOLITÁRIA.
Pulsa os lábios
em toda extensão do corpo,
cada parte que dói,
é chicote na carne da alma,
a noite
é senhora densa ,não passa.
O amor vem quando quer,
tudo pulsa,
não importa a distância,
ela espera sedenta,
como a terra olhando
o céu querendo uma gota.
então pensa,
quando entrar pela porta,
vou desrespeitar seu corpo,
minhas mãos impudica
passeará em ti,
cada parte ,língua e dedos,
me conduzirá as mais belas
corolas,
amor é flor em primavera.
Vou te invadindo,invadindo,
como esse silêncio inocente
que me queima,
vou te descobrindo,
como os olhos de quem
procura na simplicidade
desvendar o infinito.
No olhar, nas mãos trêmulas,
nos lábios abraçados,
decretarei nossa via,
tudo tão engraçado,
idas e vindas,leves e intensas,
os ecos saindo pelas frestas
do existir,
enquanto o poeta desenha
a mulher solitária,
a poesia vem como moça incauta,
querendo imaginar o desatino
de alguém.
Perdoe o poeta por tão ousado
pensamento...
ele , a poesia, a dor da mulher
se misturam,
como a massa do bolo,
num único objetivo,
saciar a fome,
a mulher imagino,
teus beijos são ventos leves,
teus lábios oceanos ,
tuas mãos remos em águas
claras,
o poeta vai esculpindo a solidão,
lá fora já é dia,
tudo começa a se mover,
a mulher ,o poeta,
estão inertes,
a poesia voa como
uma ave a procura do ninho.