INSTANTE DE DELICADEZA INSÓLITA

No mostruário você se mostra

Me expõe aos olhos

Experimenta o que demonstra

Se veste no meu desejo

Em frente ao espelho

A neve sobre a pele escura

Invisto o visto de suas vestes

Peles investidas das vontades

Que voltam, semiescondidas

Afável no inefável véu afetivo

Decotada na moldura suntuosa

Acentuada apertada na cintura

Colante no seu colo cortante.

Deixa eu entrar na sua saia

Vestir o seu corpo de branco

Entrar no seu vestuário íntimo

E ti ver se vestir a tingir o meu ser

Se veste pra mim antes de sair de casa

Se comunica com seu íntimo

Me desperta, provoca, chama

A roupa que ti dei foi carregada de olhar

Eu ti dei uma roupa com os olhos

Deixa eu ver o seus mimos detalhes

Espreitar as cintilas frestas do seu sorriso

Te aprender no invisível sua pintura

O que vestes em seus investimentos

O seu traje seguido sua feminilidade

Eu sou suspeito a vislumbrar seus movimentos

As suas roupas são saídas do seu corpo

Frestas deixando cair sobre o desejo

Instante de delicadeza insólita.

De Fernando Henrique Santos Sanches - Fernando Febá

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 30/06/2020
Reeditado em 13/07/2020
Código do texto: T6992452
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