AQUÉM DA JANELA
(Em tempo de quarentena)

As mesmas novidades
pintam as curvas
que acendem os medos.

O mundo tem febre.
Precisa de repouso
de cuidados, ar puro, silêncio...

Em novo compasso,
passos apressados
pisam mais leves, agora
tentam conhecer
os novos caminhos.

Aquém da janela,
olhares cansados
olham devagar
as mesmas paredes
as mesmas paisagens
e tentam entender
a nova rotina.

O mundo tem febre.

Lá fora,
há um grito
que todos entendem.