BININDITO GORONANTE, O POETA
A FAMILHA
No teiado la di casa
Foi mora uma famia
La istava Zé lagarto
Ca muie e uma fia
O Gamba e o Carente,
são dois gatos minha gente
Foram la investigar
Que barulho era aquele
que tirava
O sussego
Seria o Binindito ou
Sera o tal morcego
BININDITO GORONANTE
BININDITO GORONANTE ERA UM CABRA INGUINORANTE
QUI NASCEU LA NO SERTÃO E ERA UM GRANDE VALENTAO
QUANDO BEBIA CACHAÇA
PROVOCAVA ARRUAÇA
E ARMAVA CONFUSAO
MISTURAVA O GORO
COM MUITA IGNORANCIA
POR ISSO GANHOU O NOME
DE BININDITO GORONANTE
CAMINHO DAS PEDRAS
Quando começa o dia a batalha principia
Olho pra frente e caminho vou seguindo meu destino
As pedras do caminho ultrapasso com fe
O SOL
Ele bria la no céu
E ieu fico Adimirando
Como pode nesti mundu
Um mister tao profundu
Só Deus pudia cria
Esti mundu tao prefeito
Pena qui nois mprefeitu vevi
Quereno da um geito
A CAÇADA
Hoje e dia de caçada Vamo la cumpanherada
U bicho ta la na mata,vamo logo cachorrada
La tem onça matadeira, esperta e traiçoeira
E preciso ter coragem pra caçar
Nestas paragens
Vamo logo minha gente, anda logo e derrepente ela vai vir ter com a gente
SEGREDO
Só queria qui oce
Pudesse mi arresponde
Pru modi eu intende
Já morreu inte pasto
i morreu tomem Doto
Só num sei se ja morreu
Diputado e senado
I tomem guvernado
O CAFÉ
Coisa boa e bebe
Um cafezin cum você
Di manha bem cedim
Quanu dia manhece
O cafe disperta a genti
e inte dispersa
o sono
Faz a gente se senti
apreparado pra infrenta
tudo aquilo
que há di vir
O LOBISOMEM
Hoje vo conta um causo
Do modo que asucedeu
o causo do lubisomi
que por La apareceu
Aquela gente sufrida
num pudia
imagina
qui aqueli homi tão bao
tanto mar ia causa
foi naquela sexta fera
qui u bicho apareceu
aquele casebre humildi
invadiu aquela fera
derramo sangue inucente
aquele bicho demente
sangue de uma criança
um anjo inucente
os dias se passaram
e o povo esperava
uma oportunidade
pra caçar o miserárvi
que dormia em sua casa
e ninguém adiscunfiava
que aquele lenhador
era o mal que lhes causava
entre os dentes do mardito
estava a prova a finar
um fiapin pratiado
du casaco ensangüentado
anssim termino estes versos
vê se entende o reverso
o mardito foi queimado
o inocente vingado