O que acontece em mim
Há em mim
Um ser que me odeia
Que quando assume o controle
Leva embora o sentido de tudo
Faz surgir arames farpados em meu peito
Tantos fios emaranhados
Que não me deixam falar
Faz sentir repulsa
Ao ver meu próprio reflexo
Embaça minha visão
E deixa tudo tão nublado
Me pesa toneladas nos ombros
Cansada e atordoada
Caio
Viro água
Em meio a correnteza bruta
Me põe correntes nas pernas
Me fecha a boca
Me impede de sair
E por fim
Me afogo em mim.