Anjo ou formosa

XXXVI

Quem te fez assim tão pura

numa tarde de desventura,

vagueando no meu pensamento

arrebatando o sentimento,

uma auréola toda de luz

que me fascina e seduz.

Dos teus lábios nascem beijos

estremecendo em breves latejos,

surge a espontania fada

daquele amor vindo do nada,

vem gotejar sangue na palma da mão

esperando o martirio a que não digo não.

Fugiste de Deus, que te reclama

te aprisionou anos em branda chama,

não mais voltas ao céu, oh formosa

não quero mais ter a alma saudosa

te protejo com o meu mortal escudo

faço o impossível e o absurdo,

subornos são riquesas banais

os teus olhos me dizem mais.

Aqui na terra todos te adoram

o sol brilha e as pedras choram,

para mim cantas, o céu te inspira

uma canção meiga e sentida

dás melodia em lingua natal

e sei agora que és para mim fundamental,

por ti sou e serei sempre fadado

a fé me diz que por ti sou amado.

miguel lopes

miguel lopes
Enviado por miguel lopes em 11/11/2005
Reeditado em 29/12/2006
Código do texto: T70037